Seleção Brasileira de Futebol sub-20 sagrou-se Campeã da Copa Sulamericana de Futebol e se classificou para o Mundial Sub-20 !
Seleção Brasileira de Futebol sub-20 sagrou-se Campeã da Copa Sulamericana de Futebol e se classificou para o Mundial Sub-20 !
Dia 12/02/2023 a Seleção Brasileira de Futebol sub-20 sagrou-se Campeã da Copa Sulamericana de Futebol e se classificou para o Mundial Sub-20 ! Ficamos muito felizes de ter contribuído com a avaliação pré-participação esportiva do grupo!
Após avaliar a Seleção Brasileira de Futebol recebi várias dúvidas pelos nossos canais sobre avaliação pré-participação esportiva. Este blog visa esclarecê-las. Conceituando o tema, a avaliação pré-participação esportiva é um conjunto de práticas sistemáticas que visam identificar patologias cardiovasculares que podem progredir negativamente com a prática do exercício e identificar patologias que podem levar a risco de morte súbita durante o exercício. Essa ação permite a intervenção, seja tratando patologias reversíveis, assim como orientando a suspensão da atividade física de alta intensidade.
Esses eventos graves são raros, mas de tempos em tempos somos impactados com notícias desse tipo. Para evitar eventos como esses, vou apresentar, de forma didática, como funciona essa avaliação. Inicialmente precisamos dividir os pacientes em grupos de preparação para exercício:
• Exercício não profissional de baixa intensidade
• Exercício não profissional de moderada intensidade
• Exercício profissional de alta performance
• Reabilitação cardíaca
- Exercício não profissional de baixa intensidade:
Nesse grupo se enquadram os pacientes que buscam atividades esportivas de característica esporádica 2-3 vezes por semana e com intensidade baixa. São pacientes que desempenham o exercício com baixa demanda cardiovascular e com baixo risco. Estes devem ser avaliados em consulta com o cardiologista anualmente com inclusão do eletrocardiograma de repouso.Nesta consulta são levantadas: idade, comorbidades, eventos cardiovasculares prévios e em sua maioria os pacientes podem ser liberados para prática esportiva.
- Exercício não profissional de moderada intensidade e exercício profissional de alta performance:
Neste grupo estão aqueles pacientes que desempenham atividade física de moderada a alta intensidade e aqueles que são profissionais do esporte. Neste caso as avaliações de profissionais e amadores são semelhantes. Como exemplo podemos citar os pacientes que treinam diariamente incluindo spinning, cross-fit, musculação em alta carga, futebol profissional, maratonistas, entre outros.
Esse grupo de pacientes necessita de uma avaliação mais específica cruzando faixa etária, comorbidades, história familiar de doenças cardiovasculares com exames complementares ( ecocardiograma de repouso / teste ergométrico). É neste grupo que encontramos as situações mais marcantes de eventos de morte súbita e morte súbita abortada. Nestes pacientes se torna obrigatório afastar cardiopatias estruturais (congênitas) e genéticas que impliquem em risco.
Podemos aqui citar algumas das patologias que buscamos e que serão abordadas em outros blogs: cardiopatia hipertrófica, displasia arritmogêica do ventrículo direito, valva aórtica bicúspide, origem anômala de coronárias, ponte miocárdica, doença de chagas , miopericardites dentre outras.
Aqui vai um alerta aos pais: Como visto existem várias patologias de origem genéticas e congênitas. Ou seja, elas estão presentes desde o nascimento e se desenvolvem ao longo da vida. Dito isso, as crianças precisam ser avaliadas por um cardiopediatra ao menos duas vezes em sua vida. Isso é tão importante que a primeira avaliação com ecocardiograma é durante a gestação por volta de 24 semana.
Esse exame é fundamental para identificar as cardiopatias congênitas mais graves. Porém mesmo que este seja normal, durante a primeira infância, as crianças devem ser reavaliadas e submetidas a um eletrocardiograma e novo ecocardiograma. Assim teremos segurança de que poderão praticar atividades esportivas ao longo de sua vida sem riscos.
Não é incomum na minha prática clínica encontrar jovens atletas com cardiopatias limitantes a prática esportiva competitiva e que durante anos de sua vida foram preparados por sua família para serem atletas, porém, do ponto de vista cardiológico, já haviam nascido com patologias limitantes. Caso esses jovens tivessem sido avaliados em sua infância poderiam ter sido tratados, não incorreriam em riscos e poderiam canalizar seus esforços para outras áreas de desenvolvimento profissional.
Mensagem final: Esporte é vida, façam sua avaliação e pratiquem esporte com segurança desde a infância!
